quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

PF faz busca e apreensão na Câmara

POR ANDREZA MATAIS, DANIEL CARVALHO E JULIA AFFONSO
Agência Estado

A Polícia Federal faz ontem, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), uma operação de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara Eduardo Cunha, em Brasília, na casa do parlamentar, no Rio, na sede da empresa C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, também na capital fluminense. Também houve busca e apreensão na Câmara dos Deputados.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi avisado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, sobre a Operação Catilinárias. O ministro, então, comunicou à presidente Dilma Rousseff.
Policiais federais vão à Câmara dos Deputados para cumprir os mandados expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal 
Policiais federais vão à Câmara dos Deputados para cumprir os mandados expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal

No início da tarde, o Conselho de Ética aprovou o relatório prévio do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) que pede a continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara. A admissibilidade foi aprovada, em votação no painel, por 11 votos favoráveis e nove contrários. Também houve buscas nas residências dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).

A operação da PF tem outros alvos: o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e uma empresa do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ), o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto (aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela presidente Dilma), Aldo Guedes – ex-sócio de Eduardo Campos -, Lúcio Bolonha Funaro – delator do Mensalão -, Altair Alves Pinto – emissário de propina de Cunha, segundo os investigadores – e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.

Denominada de Catilinárias, a operação da PF cumpriu ao todo 53 mandados de busca e apreensão – na Câmara dos Deputados, sede do PMDB em Alagoas, na empresa Estre Ambiental, em endereço relacionado a Wilson Quintela Filho -dono da Estre – na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos – expedidos pelo STF, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato.

Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zavascki, estão foram cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (6), em Pernambuco (4), em Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do norte (1). Três carros da Polícia Federal e sete policiais estiveram na frente da residência oficial de Cunha. O perímetro foi isolado. O celular de Eduardo Cunha foi apreendido.

Eduardo Cunha foi denunciado pelo Ministério Público Federal em agosto. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que acusa Eduardo Cunha de ter recebido propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobrás, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012. Celso Pansera foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, como “pau mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

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