quinta-feira, 11 de setembro de 2014

MST garante reuniões, mas promete repetir mobilizações

Duas reuniões estão marcadas para amanhã, 12, e segunda-feira, dia 15, após os bloqueios de trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST) durante doze horas em sete pontos de rodovias no Estado. O primeiro encontro corresponde à principal reivindicação do grupo para liberação das rodovias ontem: uma reunião junto a um representante da direção nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Apesar de confirmado o encontro, assentados e acampados do MST garantem que a sexta-feira amanhecerá novamente com bloqueios, pelo menos, nos mesmos pontos de ontem.


Os bloqueios atingiram três das principais rodovias federais do Estado (BRs 101, 304 e 406), prejudicando durante uma média de 10 horas o trânsito entre a capital e todas as regiões do interior potiguar. Segundo o MST, a RN 307, que liga os municípios de Extremoz e Ceará-Mirim, também foi bloqueada. Motoristas de ônibus no terminal rodoviário de Natal citaram a interrupção, mas o Comando de Polícia Rodoviária Estadual disse não ter recebido qualquer chamado para o local.

Devido à manifestação, a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, se reúne hoje com o prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior, para discutir as reivindicações. Amanhã é a vez do representante nacional do Incra receber o MST e, na segunda, o grupo será recebido pela governadora.

Segundo Lucenilson Ângelo, representante do MST, que estava no bloqueio da BR-406, em Ceará-Mirim, na altura da comunidade de Massaranduba, estão entre as reivindicações do MST: a desapropriação do complexo açucareiro de Ceará-Mirim e de áreas ocupadas por acampamentos há mais de dez anos; infraestrutura para os assentamentos junto ao Governo do Estado, voltado à Educação, Saúde e Lazer; e a abertura da Central de Comercialização da Agricultura Familiar, na avenida Capitão Mor Gouveia.

Neide Cordeiro, representante do grupo na parada da BR-304, em Macaíba, acrescenta às reivindicações mais um ponto: discutir mudança na superintendência do Incra no Estado, porque o atual dirigente, Vinícius Ferreira estaria se negando a negociar com o MST. Ouvido pela reportagem, Vinícius Ferreira disse que não recebeu nova pauta de reivindicação do Movimento e a quem tem é antiga.

A maioria das interrupções teve início às 5h, mas de acordo com Lucenilson o primeiro começou às 3h30, da BR-406, em João Câmara. A liberação das vias começou por volta das 14h, da BR-304 em Mossoró, e a última, da BR-101 em Maxaranguape, pouco depois das 17h.

Durante toda a interdição das rodovias, apenas ambulâncias e veículos com pessoas com problemas de saúde foram autorizados a passar. A Polícia Rodoviária Federal esteve presente em todos os bloqueios acompanhando as manifestações.

Um dos bloqueios que mais complicou a vida dos motoristas foi o da altura da comunidade de Massaranduba, por falta de rotas alternativas. No local, cerca de 100 trabalhadores rurais bloquearam a BR-406 com areia, pneus e galhos. O clima era tranquilo, apesar do descontentamento dos motoristas que aguardavam o retorno do tráfego, principalmente condutores de caminhões, carretas e ônibus.No bloqueio na BR-304, entre Macaíba e Santa Maria, o clima era um pouco mais agitado, com queima de pneus, ânimos exaltados e a rodovia fechada por uma barreira de galhos, pneus e fumaça. Segundo a PRF, estavam reunidos cerca de 150 pessoas, mas o MST indicou 400 participantes.

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